17 de abr. de 2012

13 anos,Drogada e Prostituida.

Por: Marina Moura
Fotografia:Divulgação


 



Existem vários filmes que tiraram meu sono e me deixaram com a boca aberta, porem quem me conhece muito bem, ou até quem me conhece mais ou menos sabe que a historia da minha vida é a de Christiane F, e não, eu não sou uma drogada.
Se você leu o meu quem sou eu, que fica aqui no perfil do blog, irá perceber que uma das minhas características é me identificar com o personagem, eu entro literalmente de corpo e alma na coisa, e isso não só acontece com filmes, com livros também ocorre, eu já terminei de ler muitos livros em ônibus (o lugar onde eu mais leio) e fiquei lá chorando feito uma criança na frente de vários estranhos, porem eu não sei como explicar essa minha paixão por esse filme, vou comentar  sobre ele e quem sabe nós não descobrimos essa resposta juntos?

Vera Christiane Felscherinow, nascida em 1962 mais conhecida como Christiane F, Morou primeiramente no distrito municipal de Kreuzberg, depois no distrito municipal de Neukölln, Mudou-se para Berlim em 1968, primeiramente com o seu pai, mãe e sua irmã mais nova porem o pai dela era muito agressivo e a mãe o resolveu deixa-lo, foi no bairro de Groppiusstadt, onde Christiane começou a envolver-se com as drogas ao frequentar o Grupo de Jovens. Em 1974, aos 12 anos de idade, começou a fumar cannabis e consumir medicamentos como Valium e Mandrix, além de LSD, Ela é fascinada para conhecer a “Sound”, uma nova e moderna discoteca. Apesar de menor de idade ela pede a sua amiga para leva-la, lá ela conhece Detlev, assim ela se aproxima do terrível mundo das drogas. Primeiro é o álcool, depois a maconha, assim passo a passo ela começa a mergulhar cada vez mais profundamente no submundo do vício e da prostituição colocando-se à beira da morte.
Teve sua história contada primeiramente em um livro intitulado “Eu, Christiane F., 13 anos drogada e prostituída” publicado em 1978 pelos autores Horst Rieck e Kai Hermann. Mais tarde, em 1981 foi lançado o filme com o mesmo título. No filme, a história desta alemã começa na cidade de Berlin nos anos 70. A maioria dos amigos de Christiane morreram vítimas da heroína.

O Sound

Em 1975, aos 13 anos, Christiane começou a frequentar o Sound, "a discoteca mais moderna da Europa", em Berlim. Ali conheceu Detlef (seu futuro namorado) além de Axel, Babsi, Atze, Zombie e Stella, entre outros.

A heroína

Uma nova droga começava a circular na cena em Berlim. Era a heroína, ou simplesmente "H", como era mais conhecida. Apesar de temida pelo seu alto poder de viciar e por representar alto risco de morte, todos os amigos de Christiane acabaram viciando-se com heroína, inclusive Detlef, e no filme e livro deixa bem claro que Christiane só se viciou em Heroína pois queria ser igual a o seu amado Detlef, que usou primeiro que ela.
Christiane inalou heroína pela primeira vez após assistir a um show de David Bowie. Tempos depois, numa casa de banho pública na Estação Berlin Zoologischer Garten, injetou heroína pela primeira vez. A partir daí Christiane afundaria cada vez mais no vício.

Prostituição

À medida que o vício avançava Christiane aos 14 anos, como todos os seus amigos, começou a se prostituir na Estação Zoo para comprar heroína. A própria Christiane relata que no início, escolhia os clientes com quem faria programa e que se limitava a masturbá-los ou praticar sexo oral. Mas com a necessidade de "se picar" três vezes ao dia, Christiane passou a aceitar qualquer cliente que se apresentasse (inclusive estrangeiros) e a praticar sexo dentro de carros. Os tempos de prostituição duraram de 1976 a 1977, quando foi presa e acusada de tráfico e consumo de drogas. Foi isso que a levou a começar se picar, prostituir por dinheiro.


Atualmente:
Christiane sobreviveu, mas, parece que nunca conseguiu se livrar totalmente do vício. Ela vive com tios em Berlin seu filho também vivia com ela, porém ela perdeu a guarda dele em 2008 , teve uma recaída, veja um trecho da matéria:
“Christiane voltou a se drogar no começo deste ano, ao tentar emigrar para a Holanda junto com seu então namorado, levando consigo o garoto. A polícia e o juizado de menores interviram no caso e tomaram o menino, proibindo-o de viajar. Mesmo assim, pouco tempo depois ela sequestrou o próprio filho e fugiu para Amsterdã, onde voltou a consumir heroina. Após uma briga com o namorado, voltou à Alemanha e entregou a criança à polícia. O juizado decidiu que mãe e filho só serão reunidos depois que Christiane supere seus problemas com as drogas, com aval de um psicólogo.”
Christiane está desempregada e vivendo apenas dos direitos autorais que ainda recebe graças ao livro auto-biográfico que escreveu nos anos 70 e os lucros do filme inspirado nele, Christiane estava limpa há um bom tempo, mas sempre assumiu em entrevistas que tinha medo constante de ter uma recaída.
Em uma entrevista recente a TV alemã ela declarou que ingeria diariamente uma pequena dose de metadona, medicamento usado no controle da dependência de heroína:
“À metadona é para mim uma segurança, para que eu não caia num buraco.” Informa Christiane.


Já Detlef também vive em Berlin com sua família e afirma ter se livrado das drogas, Detlef está com uma ótima aparência, e dá uma impressão de intelectual. Tem pensado muito sobre a Zoo, mas realmente fez isso a vida inteira. Foi uma época horrível, ele diz, "mas estou indo bem hoje. Estou magoado, mas ainda sou capaz de viver uma vida normal". Ele ainda diz que sua relação com Christiane foi “uma relação de drogados-não foi amor de verdade”. Eles não se encontram desde 1977 e ele trabalha hoje em dia como motorista de ônibus!

Curiosidades:




David Bowie fez um cd exclusivo para o filme que tem o nome de Chistiane F.

            Faixas

  1. "V-2 Schneider"- 3:09
  2. "TVC 15" – 3:29
  3. "Heroes/Helden" (Bowie, Brian Eno) – 6:01
  4. "Boys Keep Swinging " (Bowie, Eno) – 3:16
  5. "Sense of Doubt" – 3:56
  6. "Station to Station" (live) – 8:42
  7. "Look Back in Anger" (Bowie, Eno) – 3:06
  8. "Stay" – 3:20
  9. "Warszawa" (Bowie, Eno) – 6:18

Atze, o primeiro namorado da Christiane.
Morreu em 1977, tomando uma picada com a
intenção de suicidar. Deixou a seguinte
carta:

" Vou me matar porque um viciado não dá
nada aos seus pais e amigos a não ser
aborrecimentos, preocupações e nenhuma
esperança. Ele não destrói somente a si
mesmo, mas destrói também aos outros. Obrigado
meus caros pais, minha querida vovó. Fisica-
mente não passo de uma ruína. Ser drogado é o
fim de tudo. Mas o que leva a isso seres jovens
e cheios de vida? Gostaria de advertir a todos
aqueles que um dia ou outro se perguntaram:
" E se eu provasse?Olhem-me, olhem em que me
transformei, podres cretinos. Adeus Simone*, você
será libertada de suas preocupações.”
*Simone sua namorada da época.
(que logo depois também começou a se picar)  


Esses desenhos foram enviados por "Babsi", 2 meses antes da sua morte, junto com uma carta escrita, na clínica Landesnervem, à sua melhor amiga: "Stella"....


Tradução:


Não sei se você me entende, mas alcancei o limite
Não sou uma artista, mas não consigo tirar isso da minha cabeça...
Aqui dentro não consigo nenhuma merda. Quero sair fora !
O começo, 2 anos, 5 anos, 10 anos mais...(rostos desenhados)
A pressão é a metade dos meus desejos de morrer
Provavelmente amo tanto a morte que nem quero acabar com ela
Só tenho uma coisa na minha mente...Sim Não Sim Não Sim...

 
Pouca gente sabe, mas Christiane chegou a gravar um disco nos anos 80. Durante uma viagem para os EUA de divulgação do filme baseado em seu romance, Christiane (então com 19 anos) se encontrou com Rodney Bingenheimer e Posh Boy em Hollywood, onde expressou seu desejo de gravar um disco. Do encontro surgiram duas canções, "Wunderbar" e "Heimweh (Homesick)" que foram lançadas no EP Gesundheit, Que em alemão significa "Saúde!". As faixas seguiam o estilo synthpop misturado com rock e no wave, mas não atingiram nenhum sucesso. Hoje o disco é raríssimo e pode se encontrado custando algumas centenas de dólares em sebos e sites de leilão como a Ebay.


Sobre o filme

O filme, que tem 132 minutos de duração e foi dirigido por Ulrich Edel, foi terminado em 1981. Os produtores não tinham permissão das autoridades alemãs para filmar, por isso, às vezes tiveram que fugir da polícia enquanto filmavam algumas cenas.

O livro vs. o filme

Há muitas diferenças entre o que é descrito no livro e mostrado no filme. Não há, entre outras coisas, nenhuma tatuagem mencionada no livro. Além disso, Christiane supôs ter estado com sua avó em Hesse na mesma época que Axel morreu. Se você só viu o filme - leia o livro! E se você só leu o livro - veja o filme! Um complementa o outro. O livro precisa ser revisado mais vezes, pois inclue um número grande de detalhes e análises sobre a vida da Christiane. Mas o filme ganha pontos também. Ele mostra a imundície em volta da Estação Zoo em Berlim. O filme pode dar uma impressão de que tudo aconteceu muito rápido. Mas o livro explica que na verdade tudo ocorreu em um longo período de tempo. A maioria dos sites na Internet sobre Christiane são infelizmente centrados no filme, e não na vida real da Chrsitiane F.

Elenco do filme.

 

  • Natja Brunckhorst.... Christiane
  • Thomas Haustein.... Detlef
  • Jens Kuphal.... Axel
  • Christiane Reichelt.... Babsi
  • Daniela Jaeger.... Kessi
  • David Bowie.... David Bowie
  • Reiner Wölk.... Atze
  • Jan Georg Effler.... Bernd
  • Kerstin Richter.... Stella
  • Peggy Bussieck.... Puppi
  • Kerstin Malessa.... Tina
  • Bernhard Janson.... Milan
  • Cathrine Schabeck.... Linda

- Fizeram um novo filme, Christiane F nova geração, porem a historia é totalmente diferente. (eu não curti hehe)
Juro que poderia passar o dia todo escrevendo sobre essa historia, tem tantas coisas ainda a serem ditas. Mas aqui está um post cheinho de coisas interessantes sobre o filme, o livro e a vida de Christiane F.
Não conhecia a historia? Então saiba Mais:



5 comentários:

  1. Olá Raíza H., gostei do novo blog, tanto que já esta salva na minha lista!

    Farei visitas sempre e não esqueçam de me visitar tbm, bjao! ;D

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  2. apesar de antigo e já esquecido por muita gente a história de Cristiane F. deveria ser discutida e estudada nas escolas e nas famílias em todo o mundo como alerta contra essa praga que só destrói a vida das pessoas...lembrando que produzir e exibir essas realidades na década de 80 era necessário coragem...

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  3. Concordo!! Essa é uma história que NÃO pode cair no esquecimento, justamente para alertar, e servir como prevenção contra as drogas, que tem sido cada vez mais vorazes e devastadoras. Até porque mesmo décadas depois a história de Christiane F. se repete frequentemente no cotidiano do nosso país, e a nova droga que na época local era a heroína, hoje em dia aqui é o crack, o oxi, e a Estação Zoo se tornaram as cracolândias.

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  4. Ai tb amo esse livro. Nossa q triste o q o Detlef falou. Li q até hj a Christiane o considerou o grande amor da vida dela...

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