16 de abr. de 2012

O profeta controverso está no Brasil

Por:Raíza Hanna
Imagens: Divulgação


         Acho que eu sempre gostei de música country, desde criança eu a escuto e minha mãe com sua raiz sertaneja sempre me passou um pouco desse sentimento da terra. Acho que foi há uns 4 anos atrás que eu tive contato com um estilo derivado da música country, o Folk.

         Foi escutando esse cara de voz rouca e atitudes completamente contraditórias que comecei a me interessar cada vez mais por músicas com arranjos simples, letras afiadas e o doce encontro de um violão com uma gaita. Esse cara, ao qual me assumo fã convicta, é Bob Dylan.

        Dylan com seu jeito polêmico dispensa apresentações. Todo mundo já escutou ao menos uma música do cara, e posso apostar que foi ‘Like a rolling stone’ (essa música foi nada mais nada menos escolhida como a número 1 das 500 melhores músicas de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone).

        Bob Dylan é norte-americano, nascido em Duluth no Estado de Minnesota e completa esse ano 72 anos. Em sua trajetória gravou 47 álbuns e mais 14 álbuns de compilações, além de DVD’s sobre sua carreira ou de shows ao vivo.

       Muitas músicas de Dylan se tornaram populares por suas letras de cunho político, como o single ‘Blowing the wind’ que foi tomada como um hino na luta pelos Direitos Civis numa época em que a contra-cultura e o movimento hippie tomava forma entre os jovens americanos que começavam a questionar os motivos da Guerra do Vietnã. Blowing the wind foi lançada em 1963 e se tornou o primeiro hit do cantor de folk

      Ao contrário de suas letras sempre afiadas e certeiras, Dylan sempre foi contraditório em seu discurso pessoal. Ao mesmo tempo em que era classificado por muitos como um profeta, a voz do povo, ainda mais, da juventude que clamava por paz, ele dizia-se não ser político e não estar pregando nada na verdade, apenas fazendo o que gostava: música. A compositora, cantora de folk e também de fortes opiniões políticas Joan Baez, que namorou e fez várias apresentações em dueto com Dylan, relata no Documentário ‘No Direction Home’ que percebeu que enquanto ela fazia e interpretava as músicas com ele, ela protestava, ele apenas cantava, mesmo que suas letras fossem em tom de protesto. 


      Mais polêmico ainda foi quando em 65 num famoso festival de música folk, o Newport Folk Festival, Dylan aparece com uma guitarra elétrica, o que desagradou a maioria de seus fãs mais conservadores, que numa época de psicodélia ainda achavam que o folk deveria ser executado por um violão, prerrogativa da música Folk e Country. Ele foi vaiado durante as três únicas músicas que tocou com a guitarra elétrica e logo depois voltou a tocar com o violão. Muitos o chamaram de traidor, e há boatos que dizem que um dos produtores do festival chegou a pegar um machado pra cortar o fio da guitarra de Dylan, por achar o som de péssimo gosto. Essa cena é ilustrada no filme inspirado pela vida do cantor I’m not there (filme excelente, um dos meus preferidos e que um dia espero escrever nesse blog sobre ele).



      Dylan já teve várias amantes e esposas, fez grandes parcerias, tornou-se muito amigo de Johnny Cash (com quem tocou várias vezes), já cantou músicas com tema gospel (em uma fase esquisita e controversa), apresentou a maconha aos beatles, foi contemporâneo de caras como Allen Ginsberg, dizem que decidiu sair de casa em busca da liberdade e aventuras depois de ler On the road do escritor beat Jack Kerouac, e fez apenas um coletiva de imprensa em toda a sua carreira, onde respondeu ironicamente a muitas perguntas críticas dos jornalistas presentes.

       E essa semana está no Brasil para uma série de shows. Chegou na última sexta-feira (13), e fez ontem (15) seu primeiro show da turnê latino-americana de 2012 no Rio de Janeiro. Os próximos shows em território brasileiro são em Brasília no dia 17, Belo Horizonte dia 19, São Paulo nos dias 21 e 22 e fecha em Porto Alegre no dia 24, todos os shows pela produtora T4F.

    Eu pessoalmente já estou tendo espasmos de ansiedade com meu ingresso em mãos para vê-lo em São Paulo no dia 22!







Mais sobre Dylan:

Documentário: No Direction Home
 
 

Filme: I'm Not There








Um comentário:

  1. Olá meninas, obrigada pela visita, tô tentando seguir o blog de vcs, mas não acho a opção pra seguir, mas curti bastante aqui tá bem bacana, parabéns!
    Bjos
    http://esmaltesdalidi.blogspot.com.br/

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