17 de abr. de 2013

“Lei Seca”, entenda a operação que salva vidas


             CIDADE// Lei conseguiu diminuir em mais de 40% os acidentes automobilísticos e tornar o trânsito mais seguro.




A operação “Lei Seca”, instituída como política governamental do estado de Pernambuco sob a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde, tem como objetivo principal reduzir os acidentes de carro causados por bebidas alcoólicas. Acidentes vistos como epidemia no Brasil. A operação concentra-se em dois tipos de ações, a primeira é a educacional, realizada em bares, eventos, empresas, vias públicas, escolas e universidades, tendo como meta educar e conscientizar os condutores sobre o perigo de dirigir sobre efeito do álcool. Já a segunda, diz respeito à fiscalização e punição a quem infringir a lei. No dia 17 de Abril de 2013, o Tenente Coronel André Cavalcanti, coordenador da “Lei Seca” no estado de Pernambuco, esteve na Barros Melo para uma palestra educativa com alunos, professores e funcionários. Aproveitando o momento, a equipe do “Alô Liberdade” conversou com ele e fez algumas perguntas baseadas nas dúvidas comuns aos condutores:




Alô Liberdade: Quanto tempo o álcool permanece no sangue após o consumo e depois de quanto tempo o motorista poderá dirigir?

Ten. Cel. André Cavalcanti: Não há como precisar ao certo o tempo para que os efeitos do álcool terminem. Isso irá depender do metabolismo individual de cada pessoa e do tipo e quantidade de bebida ingerida, outros fatores também poderão interferir. Entre eles se o usuário de álcool bebeu e ingeriu comida ao mesmo tempo, o tipo de alimentação também pode interferir no exame.

Alô Liberdade: Qual a margem de erro da medição do etilômetro e quais as punições para quem é reprovado no teste do equipamento?


Ten. Cel. André Cavalcanti: O limite tolerável de ingestão de álcool é de 0,04% no ar alveolar (ar que sai dos pulmões), esse índice representa a margem de erro do equipamento. Caso algum condutor apresente um percentual que esteja entre 0,05% e 0,33%, ele será multado em R$ 1.915,00 e terá sua habilitação apreendida, pois esses percentuais representam a constatação de que o condutor bebeu e dirigiu. Podendo ele neste caso, desde que o carro encontre-se com a documentação em dia, chamar outro condutor não alcoolizado para guiar o veículo. Já se o motorista apresentar, ao realizar o teste, um índice de ingestão de álcool igual ou acima de 0,34%, ficará caracterizado crime de trânsito. Neste último caso, o condutor, além de receber as punições descritas anteriormente, será encaminhado para a delegacia, local onde o delegado de plantão irá analisar sua condição social e estipular uma fiança que seja de acordo.

Alô Liberdade: Qual a importância da ação educativa em empresas e universidades?

Ten. Cel. André Cavalcanti: A importância dessas ações educativas é utilizar pessoas que foram vítimas de trânsito para alertar os condutores. Boa parte de nossos educadores é vítima de suas próprias imprudências ou de imprudências alheias no trânsito. O compartilhamento de suas experiências com o trânsito acaba surtindo mais efeito no alerta aos condutores.


Alô Liberdade: Durante a madrugada e em datas comemorativas, o quantitativo de ônibus em circulação diminui. Caso o número de coletivos em circulação fosse maior, isso poderia auxiliar as pessoas a deixarem o carro em casa?

Ten. Cel. André Cavalcanti: Com certeza. A pouca oferta de ônibus, metrô e táxi interfere muito na volta para casa. Essa já é a outra parte que a gente costuma falar, que é a da contrapartida governamental. O governo precisa melhorar o transporte público.

 Alô Liberdade: Existe algum tipo de ação das autoridades para retirar de circulação os aplicativos de celulares e ferramentas de redes sociais que entregam os pontos de blitz?

Ten. Cel. André Cavalcanti: Segundo o Ministério Público de Pernambuco - MPPE, isso não é crime, é liberdade de expressão. Então, nós apelamos para o bom senso das pessoas, para que elas não entreguem os pontos de blitz. Até pelo fato de que elas e seus amigos um dia podem vir a ser vítimas do trânsito. Além disso, nós também costumamos modificar os pontos de blitz, para que eles não fiquem muito visados.

Alô Liberdade: Para você qual é a principal contribuição social da operação “Lei Seca”?

Ten. Cel. André Cavalcanti: Acredito que nosso maior mérito é contribuir para a educação das pessoas. Gosto muito de uma frase, da qual o autor é desconhecido, ela diz o seguinte: “A educação de uma população pode ser medida pela educação de seu trânsito”. Isso permite concluir que nossa sociedade é pouco educada e precisa melhorar seu relacionamento com o próximo.



Aluno: Fernando Flávio, 3º Período do curso de Direito.



Alô Liberdade: Você é a favor ou contra a “Lei Seca”?  Por qual motivo?

Fernando Flávio: Sou a favor, a lei é para educar as pessoas, isso pelo alto índice de acidentes que nós temos.

Alô Liberdade: Você conhece alguém que já foi punido pela blitz? Que estratégias você costuma usar quando quer sair e beber?

Fernando Flávio: Não, mas conheço amigos que bebem e dirigem, embora eu ache isso errado. Eu não tenho dificuldades para sair, pois não gosto mais de bebidas alcoólicas. Parei de beber quando comecei a dirigir. 




Matéria : Marina Moura e Domingos Sávio*
*Participação Especial.
Fotos: Marina Moura.






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