Imagens: Divulgação
Você
tá no meio de uma conversa com seus amigos, e vocês estão falando o quanto o
Mundo anda desequilibrado, o quanto cada dia mais as pessoas são realistas e
não há mais lugar pros sonhos, pros detalhes bonitos.
Então
você se lembra daquele filme bonitinho e francês, o que tem uma menina linda e
com um cabelo estranho. Você não consegue lembrar muito o nome, mas tem certeza
que aquele seu amigo “cult” lembraria na hora. O filme é francês, e o verde e
vermelho são a cara desse filme. Ele passa uma mensagem legal, e uma das frases
cabe perfeitamente no assunto.
“São
tempos difíceis para os sonhadores”
Agora
você tem certeza do nome, e você que ta lendo certamente já sabe de que filme
eu vou falar aqui. Se não, bem... Das duas uma, ou você ainda não conseguiu
assistir mas já escutou falar dele, ou você não gosta nem um pouco de filmes
“bonitinhos”.
O
Fabuloso Destino de Amélie Poulain, é de longe (e sabe disso quem me conhece)
um dos meus filmes preferidos. E tenho razões de sobra pra escrever sobre ele,
e sobre esse meu amor quase maníaco por esta película.
Amélie
Poulain foi filmado em 2001, e é do diretor e roteirista francês Jean-Pierre
Jeunet. O filme conta a história de uma moça solitária, que é privada de amigos
desde a infância, e que busca nos pequenos detalhes os mais bonitos encantos.
Num
dia qualquer (e por coincidência, ou não, o dia de morte de Lady Diana) Amélie
encontra uma caixa de antiguidades, supostamente escondida por um menino como
um tesouro. Então ela decide devolver esta caixa ao seu dono, e vendo a
felicidade e emoção que ele fica ao reencontrar a caixinha, decide ajudar todos
que estão a sua volta às escuras, tentando faze-los mais felizes e assim
sentindo-se bem. Em uma dessas ações bondosas ela se apaixona por Nino
Quincampoix, que logo de primeiro momento ela acredita serem muito parecidos:
ambos românticos, e apaixonados por pequenos detalhes.
Apesar
da estrutura da história ser simples, o roteiro é incrivelmente bonito e cheio
de detalhes gostosos, que prende o espectador. Até os mais secos e frios dos
espectadores, deixam se envolver pela história de Amélie.
Pra
mim, é um filme que fala muito. O Diretor Jeunet, buscou narrar o filme de uma
maneira única. Um detalhe que eu gosto muito, é o jeito que o narrador descreve
seus personagens, falando sobre seus gostos pessoais, as coisas qu lhes dão
prazer, e as que não os agradam.
As
frases que são ditas nos diálogos são tão bonitas, que chegam a ser poéticas, e
são daquelas frases que marcam e que a gente sai distribuindo no nosso
dia-a-dia, no nosso twitter, facebook e blogs. São mensagens que grudam na
mente, e que fazem a gente suspirar, pensando “Putz, é exatamente isso. Parece
comigo”. (tenho certeza que muita gente pensou assim).
Os
personagens que cruzam o caminho de Amélie, cada qual com seus gostos incomuns
e suas boas histórias, tornam a história mais interessante e gostosa.
Pra
completar, o visual do filme é incrível.
A fotografia é sem dúvidas a marca principal, é todo puxado pr’um tom
laranja de sonho, e os detalhes são todos em verde, vermelho e alguns pontos em
azul. O mais legal é que essa referência de cores, Jeunet disse ter tirado dos
quadros do pintor brasileiro Juarez Machado. É só fazer uma busca rápida no
Google sobre esse artista que percebemos a semelhança concreta entre a obra do
brasileiro e o filme do diretor francês.
A
trilha sonora também é um dos elementos mais elogiados, são músicas com ar
francês, quase todas em instrumental e que combinam perfeitamente com as cenas
filmadas em uma Paris dos sonhos.
O
Fabuloso Destino de Amélie Poulain teve cinco indicações ao Oscar, uma ao Globo
de Ouro, e ganhou dois BAFTAS.
Eu
já vi Amélie, sem brincadeira, mais de 30 vezes, e a cada vez que eu assisto
tenho um sentimento diferente em relação ao filme, encontro uma coisa nova que
não tinha notado antes. E acho que desde a primeira vez eu fiquei com a
sensação que o filme poderia ter sido facilmente criado por mim, mas que é
melhor ainda saber que alguém pensa tão parecido, e que está tão próximo do seu
coração.
Ah,
se tu não viu ainda. Corre na locadora e pega, ou abre outra página no seu
navegador e põe pra baixar!
Mais
interessante ainda:
-
Em entrevista, o diretor
Jeunet disse que anotou durante um certo período todos os seus gostos e
desgostos e distribuiu nos personagens na hora de escrever o roteiro.
-
Jean-Pierre Jeunet, já havia
feito dois outros longas ‘Delicatesen’ e ‘A Cidade das Crianças Perdidas’,
todos dois em parceria com Marc Caro, esses filmes têm uma característica mais
pesada. Amélie é o primeiro filme em que Jeunet dirigiu sozinho e que retrata
uma história mais leve e sonhadora.
-
O papel principal ia ser da
atriz Emily Watson, e o nome da personagem ia ser Emily também. Mas a atriz
Emily Watson desistiu do papel por não querer se ausentar da Inglaterra por
quatro meses. O papel então foi dado a Audrey Tatou, que é francesa, e o nome
da personagem se transformou em Amélie. (Ainda bem, né?)
-
O ator Dominique Pinon é figurinha
carimbada em todos os filmes de Jeunet. (É quase uma versão em francês da
parceria entre Tim Burton e Johnny Depp).
-
O longa foi filmado em uma
época de chuvas em Paris, por isso algumas cenas que deveriam ser feitas na luz
do sol tiveram que ser mudadas, como a cena em que Amélie vai a quintanda.
-
O Fabuloso Destino de Amélie
Poulain foi apontado como filme cult e é tido como um filme de sessão de Arte.
Outros
filmes do mesmo diretor:
Jean-Pierre Jeunet
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