27 de jul. de 2012

Cambalache

Por:Rodrigo Passos *
*Rodrigo Passos é  formado em Jornalismo e trabalha como repórter no Jornal Folha de Pernambuco.

Para Marshall McLuhan “o homem cria a máquina e a máquina recria o homem”, e é assim que a humanidade caminha a passos largos. A inércia está intrínseca ao medo e, para cada ameaça criada, surge um paliativo inutilmente.
Há alguns anos, em tempos de guerras mundiais, dois ideais se confrontavam, que eu trataria como pseudos caminhos distintos. Desse modo, tínhamos que escolher algum lado, mas não por opção e sim, pela pressão de um botão send de uma bomba atômica. Será que a melhor escolha seria o lado azul da força? Para esta cor, estrelas. Como um céu grandioso, sedutor como uma noite de luar. 
O fato é que o celeste, ainda que se valendo do discurso de mentor da paz - em seu modo destruição - venceu. Hoje, pouco a pouco, como uma tortura nos nossos áureos tempos de ditadura militar, vai nos matando. Se ontem o faziam com frieza, hoje nos vão enchendo de prazer. Nos proporcionam as baforadas de acalanto do nosso cigarro e entopem nossas artérias com seus sanduíches químicos. Tudo isso são monopólios dos camaradas.
A estratégia do novo milênio é a matança parcelada (com direito a juros e correção). Como se os poderosos, no alto dos arranha-céus, rissem nos seus escritórios cheirando a couro de animais em extinção da nossa destruição. Nossa: minha, sua e dele. 
Ao passo que se cria se destrói. O homem cria movido por suas necessidades ou, simplesmente, por mais um prazer, mas nunca sem pensar nas consequências. Isso se torna mais evidente quando sua cria gera lucros. Não se há mais laços estreitos entre os homens como antigamente. Hoje, nós nos tornamos uma estatística. Somos algum ponto no ibope, que eles bestificaram, ou alguém que ainda luta a favor da sua consciência humana. Consciência essa que provavelmente não concorda com a grande obra da humanidade, a sua extinção.
É preciso ter forças, indispensável que a sua luta seja maior do que a realidade de prazeres, criadas por eles mesmos. Do contrário, rezemos, para que na pior das hipóteses, estejamos em alguma cadeira confortável pela galáxia, assistindo em nossas telas LEDs a destruição da terra, ao som de Cambalache, de Carlos Gardel, tomando um pouco de uísque e fumando o ultimo dos nossos cigarros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário