Fotografias: Divulgação
Esse será com certeza um post cheio
de admiração e brilho nos olhos.
Se me perguntassem qual o meu artista
do momento, o que eu indicaria a todos pra escutar, a resposta sairia na lata:
Criolo. E aposto que muitos jovens igual a mim responderia o mesmo.
Criolo está inspirando nossa geração.
Suas letras certeiras e seu discurso político e social anda movimentando nossos
facebooks, twitters, cadernos, paredes de ruas, protestos, nossa mente.
Num momento em que os jovens do Mundo
inteiro retomam a ideologia de um mundo melhor e voltam a sair às ruas pedindo
por uma sociedade mais humana, mais digna, com mais amor, surge um MC vindo do
bairro de Grajaú em São Paulo com um discurso meio poético, meio realista, meio
moralista, mas cheio de humildade.
Primeiro um vídeo seu bomba nas redes
sociais: Cálice de Chico Buarque numa nova versão criada pelo MC. Digna de
compartilhamentos no facebook e queixos caídos, inclusive do próprio Chico
Buarque, que logo se apressou em conhecer aquele cara com gírias de hip hop e passou
a executar a versão de Criolo em seus shows, agradecendo ao rapper pela nova
versão da música que fala do Brasil atual e seus problemas sociais, que mesmo
sem ditadura militar, ainda continua ditando regras e tolhendo a liberdade, a
liberdade de pensar.
Logo depois, Criolo surge com um CD
de dá Nó na Orelha (2011), seu segundo disco, sendo o primeiro intitulado
“Ainda há tempo” de 2006. Nó na Orelha traz músicas de diversos estilos,
mistura mpb, samba, rap, reggae, brega e até um toque de bolero (presente na
música Freguês da meia noite), um disco rico em cultura brasileira, e músicas
politizadas como o rap deve ser.
Diria até que Nó na Orelha retrata o Brasil de
fato, uma mistura de raças, sons, cores, problemas sociais, e alegria de viver.
A primeira vez que escutei Nó na orelha, foi como despertar e olhar pro nosso
país com o olhar de uma brasileira que ama o país mas que reconhece no que
erramos e tudo o que queremos consertar nele.
No começo de 2011, o produtor do
disco Daniel Ganjaman postou no youtube a música “Não existe amor em SP”,
terceira faixa de Nó na Orelha, acompanhada de fotografias de diversos grafites
espalhados por São Paulo que pedem mais amor, como as frases “Mais amor por
favor” e “O amor é importante porra”. O vídeo fez extremo sucesso, fazendo com
que muitas pessoas procurassem saber quem era Criolo e o que ele tinha pra
dizer.
Com 37 anos, Criolo tem muito a
dizer. Nascido Kleber Cavalcante Gomes, filho de Nordestinos, e original de
Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo, mas criado no Grajaú, Criolo
canta rap e atua na área de arte-educador desde 1989.
Ele é o fundador da Rinha
dos Mc’s, que abriga batalhas freestyle, exposição de grafittis e fotografias.
E em 2011, decidiu gravar um disco em estúdio com várias canções que tinha
escrito durante anos. Reuniu todas as suas composições, gravou, e lançou o Nó
na Orelha, sem imaginar que faria um enorme sucesso e receberia críticas
positivas, sendo inclusive considerado o melhor álbum nacional de 2011 pela
Rolling Stone, e ganhou o prêmio de melhor álbum no VMB 2011.
A partir de então Criolo participou
de várias entrevistas, e fez mais de 60 shows pelo Brasil e fora dele, com
tendência a crescer mais ainda.
Criolo além de ser um ótimo cantor,
com voz macia e grave, ainda é um compositor rico em referências culturais e
letras habilidosas. Tem um discurso político e social questionador, uma
linguagem reta, sincera, costuma levantar bandeiras contra o preconceito, as
injustiças, e tem um jeitinho humilde bonito por demais de se ver.
Talvez o que traga Criolo à frente de
nossa geração e nos dê a vontade de colocar um microfone em sua mão pra que ele
fale por a gente, é exatamente essa falta que nós sentimos atualmente de mais
humanismo, de mais respeito, de alguém que diga o que tá rolando no país, com
realismo e esperança.
Vendo a Mtv por vinte minutinhos a gente percebe o quanto
o rap tá voltando à cena nacional, com uma intensidade boa, como que dizendo:
chega de escantear sentimentos, de músicas eletrônicas que não tem o que dizer,
de ficar parados de frente pro computador, como nossa geração está sendo,
afinal a gente pode também repartir amor e realidade e buscar por um Brasil
melhor, mesmo conectados.
Criolo se apresentou em Recife pela
primeira vez no palco do Rec Beat no Carnaval desse ano, onde atraiu um público
enorme e cheio de emoção, falou com o público de igual pra igual, criticou as
músicas que não tem nada a dizer, usou pinheiros de papel no braço e vestiu o
microfone com outro em referência a Pinheirinho e vestiu camisas da banda
Devotos e da bandeira de Pernambuco.
E amanhã ele está de volta a Recife
pra uma mesa de debates do Expoidea 2012, que acontecerá das 20 às 21:30, no
Passo Alfândega, que fica no Recife Antigo. A mesa de debates conta também com
a participação de Cannibal, vocalista da banda Devotos, e o tema da mesa será
“Transformações possíveis: aqui, ali e para mais além”.
Depois do debate, Criolo fará show às
22hrs na área externa ao Paço Alfândega. Que com certeza levará muitos fãs as
ruas do Recife Antigo em plena quarta-feira.
Já estou ansiosa pra ver!
Vídeos Interessantes sobre Criolo:
A versão Cálice de Criolo
Não existe amor em SP - Música que rendeu prêmios a Criolo
Criolo no Showlivre dá uma aula contra o preconceito (esse vídeo é com certeza um dos mais bonitos dele pra mim)
E aqui tem o link pro De Frente com Gabi com Criolo - Completo no youtube, vale muito a pena ver inteiro!
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