26 de abr. de 2012

Itinerário

Por: Lucas Santana*
Fotografias: Raíza Hanna
* Lucas Santana é estudante de Jornalismo e trabalhou como repórter no Jornal Folha de Pernambuco









Confesso que parti para São Paulo cheio de ideias pré-concebidas de como seria a vida, a rotina, os detalhes da cidade. A princípio, havia aquela desconfiança entre o que se ouvia e o que se imaginava, mas com o desembarque no Aeroporto de Guarulhos os mitos (em especial aqueles que tentam denegrir a cidade) foram ruindo.

Atravessando as marginais Pinheiros e Tietê próximo do horário de pico (11:30h), constatei que o trânsito realmente apresenta um alto fluxo de veículos, porém, até para a minha surpresa, a viagem até Congonhas foi tranquila, sem retenção.


Aos poucos, a velha “selva de pedra” carregada de poluição ia se desmistificando. Com um clima agradável (25º), São Paulo foi logo me conquistando. Por um momento sequer deixei de ver árvores pela minha janela e o tempo aberto me indicava que teria um ótimo fim de semana pela frente.

Conhecendo o centro, me apaixonei pela Avenida Paulista com suas largas calçadas ocupadas apenas por bancas de jornal e lixeiros, e para uma avenida de milhões, a limpeza se mostra impecável. As pessoas, a maioria bem vestida, trafegam pelas ruas carregando nos rostos a expressão típica do paulistano, que indica que não existe tempo a perder.

Feito de estações cheias de organização, o metrô é rápido e confortável, e as linhas de acesso permitem você atravessar a metrópole inteira pagando apenas um bilhete. Entre as viagens e as trocas de linhas, enfim percebi o porquê da cidade funcionar tão bem, as pessoas realmente se mostram preocupadas com o bem estar do seu espaço.

Durante a noite, o paulistano se acomoda pelas escadarias dos prédios, se aglomeram para manter o ritmo intenso. O skate parece o melhor meio de transporte entre os sinais vermelhos e as ladeiras sinuosas das avenidas paralelas à Paulista. A moda também se mostra uma preocupação, tatuagens, acessórios, cortes e cores, se misturam formando um conceito bem urbano, bem aconchegante para quem admira esse estilo de vida. O que pinta a cidade e redesenha as nossas ideias são os grafites, espalhados por cada muro, viaduto, cada bloco de pedra.

São Paulo me ganhou em todos os detalhes. Estruturada, dinâmica e global, a cidade superou os meus velhos preconceitos e ideias erradas, e se mostrou um lugar acolhedor, espontâneo e empolgante. Toda pessoa que for mais ligada em arte e cultura deveria conhecer essa verdadeira cidade do mundo.



    

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