Fotografias: Raíza Hanna
* Lucas Santana é estudante de Jornalismo e trabalhou como repórter no Jornal Folha de Pernambuco
Confesso que parti para São Paulo cheio de ideias
pré-concebidas de como seria a vida, a rotina, os detalhes da cidade. A
princípio, havia aquela desconfiança entre o que se ouvia e o que se imaginava,
mas com o desembarque no Aeroporto de Guarulhos os mitos (em especial aqueles
que tentam denegrir a cidade) foram ruindo.
Atravessando as marginais Pinheiros e Tietê próximo do
horário de pico (11:30h), constatei que o trânsito realmente apresenta um alto
fluxo de veículos, porém, até para a minha surpresa, a viagem até Congonhas foi
tranquila, sem retenção.
Aos poucos, a velha “selva de pedra” carregada de poluição
ia se desmistificando. Com um clima agradável (25º), São Paulo foi logo me
conquistando. Por um momento sequer deixei de ver árvores pela minha janela e o
tempo aberto me indicava que teria um ótimo fim de semana pela frente.
Conhecendo o centro, me apaixonei pela Avenida Paulista com
suas largas calçadas ocupadas apenas por bancas de jornal e lixeiros, e para
uma avenida de milhões, a limpeza se mostra impecável. As pessoas, a maioria
bem vestida, trafegam pelas ruas carregando nos rostos a expressão típica do
paulistano, que indica que não existe tempo a perder.
Feito de estações cheias de organização, o metrô é rápido e
confortável, e as linhas de acesso permitem você atravessar a metrópole inteira
pagando apenas um bilhete. Entre as viagens e as trocas de linhas, enfim
percebi o porquê da cidade funcionar tão bem, as pessoas realmente se mostram
preocupadas com o bem estar do seu espaço.
Durante a noite, o paulistano se acomoda pelas escadarias
dos prédios, se aglomeram para manter o ritmo intenso. O skate parece o melhor
meio de transporte entre os sinais vermelhos e as ladeiras sinuosas das
avenidas paralelas à Paulista. A moda também se mostra uma preocupação,
tatuagens, acessórios, cortes e cores, se misturam formando um conceito bem
urbano, bem aconchegante para quem admira esse estilo de vida. O que pinta a
cidade e redesenha as nossas ideias são os grafites, espalhados por cada muro,
viaduto, cada bloco de pedra.
São Paulo me ganhou em todos os detalhes. Estruturada,
dinâmica e global, a cidade superou os meus velhos preconceitos e ideias
erradas, e se mostrou um lugar acolhedor, espontâneo e empolgante. Toda pessoa
que for mais ligada em arte e cultura deveria conhecer essa verdadeira cidade
do mundo.
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